Os planos estruturantes em construção na capital amazonense – de drenagem, resíduos sólidos, mobilidade urbana, arborização e mudanças climáticas – foram destaques no Encontro de Prefeitas e Prefeitos da Amazônia Legal – Caminhos para a COP30, em Belém (PA). O evento foi realizado nos dias 23 e 24 de abril, reunindo gestores das cidades da Amazônia Legal e suas equipes técnicas. Manaus se destacou por apresentar a união de todos estes planos, em prol de uma Manaus mais sustentável.
O encontro evidenciou Manaus como a única cidade da região a contar com um Plano de Mudanças Climáticas já encaminhado. Além deste, todos os demais documentos estarão finalizados até o segundo semestre, prontos para serem apresentados na COP30, que ocorrerá em novembro, também em Belém.
“Nossa gestão demonstra, na prática, que desenvolvimento urbano e proteção ambiental caminham juntos. Manaus assume a vanguarda na Amazônia Legal e prova que planejamento, inovação e participação social são a base para uma cidade mais justa e sustentável”, avaliou o prefeito David Almeida.
O chefe do Executivo Municipal salientou que a construção da política ambiental de Manaus está alinhada aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, destacando a importância da atuação conjunta dos governos locais na preservação do bioma amazônico.
Uma das experiências de destaque levadas por Manaus ao evento foi o projeto das ecobarreiras, instaladas nos igarapés da cidade. A ação integra o programa municipal de enfrentamento aos impactos dos resíduos sólidos nos mananciais urbanos e já apresenta resultados concretos: a redução em 50% das toneladas de lixo recolhidas no rio Negro, de 800 para 400 toneladas mensais. “É uma iniciativa pedagógica e transformadora”, destacou o presidente do Conselho Municipal de Gestão Estratégica (CMGE), Arnaldo Grijó.
O programa de arborização “Manaus Verde” foi celebrado como “exemplo de política pública com impacto intergeracional”, ao produzir 500 mil mudas em quatro anos, doar 200 mil e plantar 28 mil em áreas críticas da cidade, reduzindo as ilhas de calor na cidade.
Outros marcos da gestão foram apresentados com protagonismo, como o Plano Municipal de Saneamento Básico totalmente integrado (água, esgoto, drenagem e resíduos); Lei Complementar 24/2024, que instituiu o programa “Manaus Sustentável” e atrai financiamentos internacionais via IFC e Banco Mundial; fortalecimento de cooperativas de catadores, com R$ 900 mil em equipamentos; nova parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o bairro planejado Dorothéa Braga, que contará com 3 mil lotes e 576 apartamentos, para realocar famílias em áreas de risco.
Referência amazônica
O prefeito de Belém, Igor Normando, anfitrião do evento e presidente da Comissão de Cidades Amazônicas da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), destacou a importância da união entre as capitais do Norte.
“Manaus e Belém são cidades-irmãs em desafios e propósitos, e estamos mostrando que é possível transformar a Amazônia com políticas públicas eficazes”, declarou.
O encontro integra a mobilização nacional da Coalizão para o Desenvolvimento Urbano Sustentável da Amazônia (Dusa), com o objetivo de construir uma agenda conjunta das cidades da região rumo à COP 30. A programação incluiu painéis sobre planejamento urbano, financiamento sustentável e soluções climáticas para os municípios amazônicos.
